quarta-feira, 30 de maio de 2012

O QUE SÃO SuperPACs

O Center for Responsive Politics prevê que, antes de novembro, serão gastos 6 bilhões de dólares pelas diversas campanhas nas eleições americanas.

Este valor astronômico se deve em grande parte a uma decisão da Suprema Corte Americana, permitindo contribuições ilimitadas para campanhas políticas.

A decisão criou uma situação bizarra, pois ainda existe uma regra proibindo contribuições diretas de empresas à candidatos.

Ou seja, organizações podem contribuir ilimitadamente, mas não diretamente ao candidato que apoiam.

O que fazer?

Simples, apoiando uma causa política.

Assim surgiram os chamados SuperPACs. PAC, na sigla em inglês, significa Comitê de Ação Política e eles são mesmo Super, pois podem aceitar contribuições ilimitadas.

E para estes SuperPACs não existe causa melhor do que destruir a imagem do oponente de seu candidato.

Tom Toles, o cartunista do Washington Post, ilustra bem seus sentimentos com a chegada das eleições presidenciais em seu país:


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Empresas perdem exigindo demais de funcionários

Sempre me surpreendi com as relações de trabalho no Brasil, tanto com o abuso imposto pelos empregadores, como com a resignação da grande maioria dos funcionários.

Trabalhar até à meia noite sem receber hora extra? Normal.

O final de semana também? Por que não?

Uma carga de trabalho absurda sob a constante ameaça de demissão? De praxe.

O pensamento vigente parece ser: se você não quiser, tem quem queira.

E quem ganha espremendo o funcionário até o bagaço? A empresa?

Muito ao contrario! No livro Wellbeing: The Five Essential Elements (Bem estar, os cinco elementos essenciais) dois pesquisadores da Gallup comprovam que maltratar os funcionários prejudica o resultado da empresa.

Empresas com funcionários infelizes e estressados têm custos muito mais elevados com saúde e faltas, dificuldades em atrair e manter talentos e uma produtividade inferior. Maltratar funcionários, portanto, prejudica o resultado das empresas.

O livro deveria ser leitura obrigatória de todo executivo em posição de liderança no Brasil. Quem sabe eles abraçam a ideia e largam o chicote.

(Leia aqui a entrevista em inglês com os autores)

sábado, 12 de maio de 2012

RENASCENÇA 2.0

Quem Galileu procurava para conselhos? Onde ele encontrava inspiração para dar sentido às estranhas trajetórias orbitais que ele observava? No século 16 havia poucos gigantes da Ciência nos ombros dos quais ele pudesse se apoiar e a maioria estava morta e enterrada. Além disso, eu estou bem seguro, a biblioteca da Universidade de Pádua não tinha uma conexão de internet.

Mesmo assim, somente pela observação meticulosa e o raciocínio frio, o astrônomo e matemático italiano mudou para sempre a visão do mundo de toda a humanidade e, como bônus adicional, conseguiu enfurecer um bando de fundamentalistas. Isso é o que um homem dedicado pode fazer através da aplicação cuidadosa do método científico.

Agora imagine centenas, milhares, não, milhões de Galileus vivendo ao mesmo tempo, trocando e debatendo ideias, atacando problemas diferentes através de métodos semelhantes e vice-versa, inspirando um ao outro, competindo e cooperando.

Este é o mundo em que vivemos, hoje!

Só no Brasil há um exército de pesquisadores se dedicando à ciência. Eu sei porque todo mês corrijo o inglês de artigos científicos das áreas mais diversas: Nanotecnologia, Biologia, Genética, Medicina, Engenharia.

É o poder da razão humana multiplicado. Um poder verdadeiramente imponente, às vezes até um pouco assustador.

Considere, por exemplo, o campo da neurociência. Atualmente, dezenas de milhares de pesquisadores em todo o mundo estão seguindo centenas de caminhos diferentes com um único objetivo: compreender o funcionamento do cérebro humano. Eles estão escaneando o conteúdo de nossos crânios com instrumentos cada vez mais sofisticados, eles estão cultivando neurônios em placas de Petri, eles estão conectando cérebros de animais a robôs, eles estão construindo modelos computadorizados de regiões específicas do cérebro, etc, etc. Quando um caminho chega a um impasse, outro força um grande avanço. O ímpeto coletivo é esmagador, imparável.

Galileu, Da Vinci e alguns poucos cientistas e artistas espalhados pela Europa medieval nos libertaram da idade das trevas. Nossa própria Renascença, porém, promete ser muito mais profunda.