sábado, 12 de maio de 2012

RENASCENÇA 2.0

Quem Galileu procurava para conselhos? Onde ele encontrava inspiração para dar sentido às estranhas trajetórias orbitais que ele observava? No século 16 havia poucos gigantes da Ciência nos ombros dos quais ele pudesse se apoiar e a maioria estava morta e enterrada. Além disso, eu estou bem seguro, a biblioteca da Universidade de Pádua não tinha uma conexão de internet.

Mesmo assim, somente pela observação meticulosa e o raciocínio frio, o astrônomo e matemático italiano mudou para sempre a visão do mundo de toda a humanidade e, como bônus adicional, conseguiu enfurecer um bando de fundamentalistas. Isso é o que um homem dedicado pode fazer através da aplicação cuidadosa do método científico.

Agora imagine centenas, milhares, não, milhões de Galileus vivendo ao mesmo tempo, trocando e debatendo ideias, atacando problemas diferentes através de métodos semelhantes e vice-versa, inspirando um ao outro, competindo e cooperando.

Este é o mundo em que vivemos, hoje!

Só no Brasil há um exército de pesquisadores se dedicando à ciência. Eu sei porque todo mês corrijo o inglês de artigos científicos das áreas mais diversas: Nanotecnologia, Biologia, Genética, Medicina, Engenharia.

É o poder da razão humana multiplicado. Um poder verdadeiramente imponente, às vezes até um pouco assustador.

Considere, por exemplo, o campo da neurociência. Atualmente, dezenas de milhares de pesquisadores em todo o mundo estão seguindo centenas de caminhos diferentes com um único objetivo: compreender o funcionamento do cérebro humano. Eles estão escaneando o conteúdo de nossos crânios com instrumentos cada vez mais sofisticados, eles estão cultivando neurônios em placas de Petri, eles estão conectando cérebros de animais a robôs, eles estão construindo modelos computadorizados de regiões específicas do cérebro, etc, etc. Quando um caminho chega a um impasse, outro força um grande avanço. O ímpeto coletivo é esmagador, imparável.

Galileu, Da Vinci e alguns poucos cientistas e artistas espalhados pela Europa medieval nos libertaram da idade das trevas. Nossa própria Renascença, porém, promete ser muito mais profunda.

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