O Center for Responsive Politics prevê que, antes de novembro, serão gastos 6 bilhões de dólares pelas diversas campanhas nas eleições americanas.
Este valor astronômico se deve em grande parte a uma decisão da Suprema Corte Americana, permitindo contribuições ilimitadas para campanhas políticas.
A decisão criou uma situação bizarra, pois ainda existe uma regra proibindo contribuições diretas de empresas à candidatos.
Ou seja, organizações podem contribuir ilimitadamente, mas não diretamente ao candidato que apoiam.
O que fazer?
Simples, apoiando uma causa política.
Assim surgiram os chamados SuperPACs. PAC, na sigla em inglês, significa Comitê de Ação Política e eles são mesmo Super, pois podem aceitar contribuições ilimitadas.
E para estes SuperPACs não existe causa melhor do que destruir a imagem do oponente de seu candidato.
Tom Toles, o cartunista do Washington Post, ilustra bem seus sentimentos com a chegada das eleições presidenciais em seu país:
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O QUE SÃO SuperPACs
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Empresas perdem exigindo demais de funcionários
Sempre me surpreendi com as relações de trabalho no Brasil, tanto com o abuso imposto pelos empregadores, como com a resignação da grande maioria dos funcionários.
Trabalhar até à meia noite sem receber hora extra? Normal.
O final de semana também? Por que não?
Uma carga de trabalho absurda sob a constante ameaça de demissão? De praxe.
O pensamento vigente parece ser: se você não quiser, tem quem queira.
E quem ganha espremendo o funcionário até o bagaço? A empresa?
Muito ao contrario! No livro Wellbeing: The Five Essential Elements (Bem estar, os cinco elementos essenciais) dois pesquisadores da Gallup comprovam que maltratar os funcionários prejudica o resultado da empresa.
Empresas com funcionários infelizes e estressados têm custos muito mais elevados com saúde e faltas, dificuldades em atrair e manter talentos e uma produtividade inferior. Maltratar funcionários, portanto, prejudica o resultado das empresas.
O livro deveria ser leitura obrigatória de todo executivo em posição de liderança no Brasil. Quem sabe eles abraçam a ideia e largam o chicote.
(Leia aqui a entrevista em inglês com os autores)
sábado, 12 de maio de 2012
RENASCENÇA 2.0
Mesmo assim, somente pela observação meticulosa e o raciocínio frio, o astrônomo e matemático italiano mudou para sempre a visão do mundo de toda a humanidade e, como bônus adicional, conseguiu enfurecer um bando de fundamentalistas. Isso é o que um homem dedicado pode fazer através da aplicação cuidadosa do método científico.
Agora imagine centenas, milhares, não, milhões de Galileus vivendo ao mesmo tempo, trocando e debatendo ideias, atacando problemas diferentes através de métodos semelhantes e vice-versa, inspirando um ao outro, competindo e cooperando.
Este é o mundo em que vivemos, hoje!
Só no Brasil há um exército de pesquisadores se dedicando à ciência. Eu sei porque todo mês corrijo o inglês de artigos científicos das áreas mais diversas: Nanotecnologia, Biologia, Genética, Medicina, Engenharia.
É o poder da razão humana multiplicado. Um poder verdadeiramente imponente, às vezes até um pouco assustador.
Considere, por exemplo, o campo da neurociência. Atualmente, dezenas de milhares de pesquisadores em todo o mundo estão seguindo centenas de caminhos diferentes com um único objetivo: compreender o funcionamento do cérebro humano. Eles estão escaneando o conteúdo de nossos crânios com instrumentos cada vez mais sofisticados, eles estão cultivando neurônios em placas de Petri, eles estão conectando cérebros de animais a robôs, eles estão construindo modelos computadorizados de regiões específicas do cérebro, etc, etc. Quando um caminho chega a um impasse, outro força um grande avanço. O ímpeto coletivo é esmagador, imparável.
Galileu, Da Vinci e alguns poucos cientistas e artistas espalhados pela Europa medieval nos libertaram da idade das trevas. Nossa própria Renascença, porém, promete ser muito mais profunda.